Tuesday, December 23, 2008

Clássicos do Punk/Hardcore VII


PENNYWISE - Unknown Road - 1993


Se o mundo das bandas punks em atividade fosse dividido como campeonatos de futebol, os californianos do PENNYWISE estariam sozinhos na segunda divisão. Depois da primeira divisão, formada pelas cinco “grandes” (BAD RELIGION, BLINK 182, GREEN DAY, OFFSPRING e RANCID) estaria, sozinho na segundona, o PENNYWISE, uma banda que ainda não chegou ao mainstream (talvez nem chegue, vamos torcer) mas tem um grande número de admiradores.


Formada pelo guitarrista Fletcher Dragge e o antigo baixista Jason Thirsk em 1988, o PENNYWISE cresceu no meio da década de 90, em meio ao revival Punk patrocinado por GREEN DAY e OFFSPRING. A banda costuma nas letras passar uma mensagem de confiança e luta. “Nossa música só existe para inspirar as pessoas”, diz o vocalista e principal compositor Jim Lindberg. “Nós queremos que as pessoas ouçam nossa música e se sintam fortalecidas”.

O som do grupo é um Hardcore direto ao ponto, sem firulas e que vem se tornando mais pesado ao longo dos últimos álbuns.

Na modesta opinião deste modesto autor, Unknown Road, lançado em 1993, ainda é o melhor CD da banda. Em Unknown Road percebe-se com clareza como o PENNYWISE entende o Punk: como raiva contra o que está errado e a crença ingênua de que, de uma pequena maneira, nós podemos mudar o mundo.

Altamente recomendados também são os álbuns About Time (95), Full Circle (97), Straight Ahead (99) e Land of the Free (2001).



Monday, December 22, 2008

Clássicos do Punk/Hardcore VI


OI POLLOI - Fight Back! (LP original de 1986, dividido com o AOA)


Ao contrário do que o nome pode sugerir, os escoceses do OI POLLOI são cabeludos e não limitam sua sonoridade àquele oizinho sem imaginação que conhecemos.

Grande parte das 12 músicas deste CD são Hardcores mid-tempo, e as canções que seguem o ritmo Oi tem uma pegada agressiva que lembra os ois do DISCHARGE em seus primeiros discos.

Letras engajadas, paseiam da ecologia à apatia da cena Punk, passando por mensagens anti-tabaco.
Este CD, lançado pela Bastard Records da República Tcheca, na realidade é uma compilação de dois LPs lançados pelo OI POLLOI em 1985 e 86, respectivamente: o primeiro é um split com o AOA e o segundo – também um split – com o BETRAYED.

Friday, December 19, 2008

Clássicos do Punk/Hardcore V


OFFSPRING - Smash - 1994


Esse álbum colocou o Hardcore pela primeira vez nas paradas de sucesso, esquemão Billboard e tudo.


Falem o que quiser (se é que alguém ainda leva a sério aquele velho papo de “se vender”), mas o OFFSPRING tem seus méritos. Os californianos construíram uma longa reputação na cena americana – Smash foi o terceiro CD da banda – e estão longe de ser um grupo armado por gravadoras.

O sucesso do OFFSPRING ajudou, e muito, bandas como BLINK 182, GREEN DAY e o próprio BAD RELIGION.

Musicalmente, Smash tem algumas músicas que seguem uma linha de Hardcore melódico (Nitro, Bad Habit, Genocide etc.), outras com uma levada mid-tempo poderosa, alta rotação nas cômicas “Rádio Rock” (Gotta Get Away, Come Out and Play e Self Esteem) e até ska (What Happened to You?). As letras, acima da média, também merecem destaque.

Wednesday, December 17, 2008

Clássicos do Punk/Hardcore IV


DISORDER - The Complete Disorder - Coletânea (1999)

Hardcore para iniciados. O som do DISORDER é guitarra distorcida, bateria pra lá de acelerada e nenhuma preocupação com apuro musical (é comum o baterista errar algumas viradas etc.).


Este CD contém todos os singles desta banda de Bristol, uma das mais importantes do cenário inglês nos anos 80, tanto musicalmente quanto em ativismo e engajamento no movimento anarquista.

Destaque para a clássica Complete Disorder e Life (que eles tocam ao vivo no documentário UK/DK).


Friday, December 12, 2008

Clássicos do Punk/Hardcore III


DISCHARGE - The Clay Punk Singles Collection (coletânea) - 1995

Este CD contém todos os singles lançados pelo DISCHARGE até 1985, por sinal, a fase de ouro dessa banda, sem dúvida a mais influente do Punk/Hardcore inglês.
O grupo, que foi além do gueto Punk e é citado como influência por ANTHRAX e METALLICA, foi formado em 1977 pelo vocalista Terry "Tezz" Roberts, seu irmão gêmeo, o guitarrista Tony "Bones", o baixista Roy "Rainy" Wainwright e o baterista Hacko.

No final dos anos 70 a banda ganhou a força e vitalidade do vocalista Cal, Tezz foi para a bateria, substituindo Hacko; o primeiro contrato da banda foi com o recém fundado selo Clay Records, o DISCHARGE lançou o seu primeiro EP Realities of War em março de 1980, seguido no mesmo ano por mais dois EPs, Fight Back e Decontrol. Tezz deixou a banda logo depois, e após gravarem o LP de 12 polegadas Why com um baterista temporário, o grupo nomeou Garry Maloney seu baterista permanente a tempo de gravar o LP Never Again, lançado em 1981 que chegou ao 64o lugar na parada inglesa.

Em 1982, a banda finalmente lançou o tão esperado LP de estréia Hear Nothing, See Nothing, Say Nothing, que chegou a 40o na parada; logo depois aconteceu uma turnê pelos Estados Unidos, ao voltar para casa a banda lançou mais um single, State Violence, State Control. Bones saiu para formar seu próprio grupo, BROKEN BONES, e foi substituído pelo guitarrista Peter 'Pooch' Pyrtle para o EP Warning: Her Majesty's Government Can Seriously Damage Your Health.

Ao lançar outro EP, The More I See, Pyrtle and Maloney saíram; a coleção de singles Never Again foi lançada em 1984, e com novo guitarrista Les "The Mole" Hunt e o baterista Nick Haymaker, lançaram Ignorance um ano depois. Maloney voltou para o lançamento do LP de 1986 Grave New World, que também apresentava o novo guitarrista Stephen Brooks.

Wainwright foi o próximo a partir, e a banda passou alguns anos no limbo, ocasionalmente lançando material ao vivo de seus dias de glória. Finalmente, em 1991 o grupo voltou com um novo álbum, Massacre Divine, seguido por Shooting Up the World. Em 1997, a formação clássica Cal, Bones, Rainy and Tezz voltou; na mesma época um CD tributo chamado Discharged celebrou a influência eterna da banda. Da mesma maneira, o álbum do METALLICA Garage, Inc. tinha dois covers do DISCHARGE -- Free Speech for the Dumb e The More I See.

Thursday, December 11, 2008

Clássicos do Punk/Hardcore II


BROKEN BONES - Complete Singles (coletânea) - 1996




Esta compilação reúne todos os singles lançados por esta banda inglesa, uma das primeiras a fazer a fusão da fúria do Hardcore com o som mais trabalhado do Metal.

A banda começou em 1983, formada pelo guitarrista Bones, poucos meses após ele deixar o DISCHARGE, uma das bandas mais influentes da história do Punk. O DISCHARGE teve uma aceitação fora do comum para bandas Punks com o single de Never Again em 1981, e seu álbum de estréia, Hear Nothing, See Nothing, Say Nothing, que ficou nas paradas inglesas por cinco semanas.

Bones recrutou seu irmão gêmeo Terry Tezz Roberts (que também esteve no DISCHARGE e depois tocou com BATALLION OF SAINTS, MINISTRY e UK SUBS) no baixo, Nobby para os vocais e Bazz para a bateria. A banda excursionou pela Inglaterra até lançar, em janeiro de 1984, um EP com as faixas Decapitated, Problem e Liquidated Brains. O EP chegou ao top da parada independente inglesa.

A banda contava com os serviços do legendário produtor do DISCHARGE, Mike Clay Stone que manteve a crueza do som no lançamento do EP seguinte que continha as músicas Crucifix, Fight the Good Fight e IOU. Este EP também chegou com facilidade no top independente. Por algum tempo até parecia que a banda conseguiria sair do gueto Punk para audiências maiores.


Em 1983 foi solto o inevitável disco ao vivo Live at the 100 Club, uma fusão vigorosa de Hardcore, Metal e apocalipse. Um crítico chegou a descrever a banda como um moderno MC5!

O mini-álbum seguinte, Seeing through my Eyes continha algumas das canções mais fortes da banda: it´s Like, The Point of Agony, Death is Imminent e Decapitated Part 2.

Seeing through my Eyes foi o melhor momento do BROKEN BONES. Algumas mudanças na formação aconteceram e quebraram um pouco a harmonia do gupo. Tezz saiu após o single Crucifix e foi substituído por Oddy. Depois foi a vez de Nobby sair e Oddy também assumiu os vocais. Em 1986 Oddy dançou com a volta de Nobby e Tezz. Foi adicionado um segundo guitarrista, Karl Morris (EXPLOITED) para o disco seguinte F.O.A.D.

Os últimos singles da banda seguiram os passos de F.O.A.D., com seu som característico e agressivo. No fim dos anos 80 a banda encerrou suas atividades. Tezz foi tocar com o MINISTRY, aparecendo no CD ao vivo In Case you didn´t Feel like Showing Up e depois assumiu a guitarra do BATTALION OF SAINTS. Bones, enquanto isso, liderou uma nova geração do DISCHARGE.

Wednesday, December 10, 2008

Clássicos do Punk/Hardcore I


AGENT ORANGE - Living in Darkness - 1981



Impossível ouvir o som dos americanos do AGENT ORANGE e não lembrar de bowls e half-pipes em um dia ensolarado na California (mesmo para quem nunca esteve lá). A mistura de skate rock com pitadas de surf music encontrada neste álbum é um clássico dos anos 80.

Living in Darkness foi gravado em três pequenas sessões durante setembro de 1981. Para capturar a espontaneidade da banda, as bases foram gravadas o mais rápido possível. Metade das músicas foi escrita antes da gravação e já eram tocadas ao vivo. As outras eram idéias musicais incompletas, com arranjos feitos na hora, e as letras sendo finalizadas entre a gravação das bases e dos vocais. A Cry for Help in a World gone Mad foi a única canção gravada sem ensaio algum. A versão ouvida é a da primeira vez em que a música foi tocada do início ao fim.
.
As letras de Living in Darkness foram inspiradas, em parte, pelas mudanças que ocorriam na cena Punk norte-americana na época. A atitude vale tudo dos primeiros anos mudava em direção ao engajamento do Hardcore.

O primeiro dia das gravações foi dedicado às bases, gravando bateria, baixo e guitarra, juntos no mesmo estúdio. No dia seguinte, foram registrados os overdubs da guitarra, mantidos num patamar mínimo. Finalmente, na última última noite foram feitos os vocais.

No CD existem três faixas extras (America, Bored of you e El Dorado), gravadas no estúdio Devonsound em San Diego.